Hoje teremos: uma retrospectiva introspectiva e duas retrospectivas literárias, porque nem só de reflexões vive o saldo do ano.
Em uma vida de redes sociais, se comparar parece quase inevitável. Mas, quando falamos de final de ano, parece que isso fica ainda mais difícil.
Em uma época que todos fazem balanços e retrospectivas de final de ano, é muito fácil cair no buraco negro de redes sociais em que todo mundo fez mais do que a gente: viajou mais, se exercitou mais, viveu grandes experiências, coisas tangíveis (e instragramáveis) para contabilizar em um ano bem sucedido, com pausas irônicas e memes de The Office dizendo que não, imagina, esse nem foi o seu ano.
Vale dizer que acho ótimo que as pessoas compartilhem as conquistas e que não deveríamos nos ofender com a felicidade alheia, viu? Cada um que fique com a sua terapia em dia para lidar com as suas questões, amém.
O que não quer dizer que, em dias incertos, essa comparação não pegue em um calo e nos faça refletir sobre o que efetivamente gostaríamos de estar vivendo. Acho, inclusive, que essa reflexão é sempre válida, até para ajustarmos o curso para focar nossas energias para caminhos que nos levarão ao que realmente queremos viver.
Enfim, por aqui, 2023 foi um ano corrido e que, depois de um 2022 com vários eventos relacionado ao casamento, parece menos marcante, menos agitado. Mas, para escrever essa edição, revi as fotos, os eventos e foi muito gostoso ver tanta coisa pelas quais sou muito grata e muito feliz, ainda que sejam poucos instragramáveis.
E, no espírito de incentivo para revermos com mais carinho o que vivemos, seguem alguns momentos muito especiais que 2023 proporcionou:
Em 2023, nós nos mudamos para um apartamento novo, com muito mais espaço e cheio de significado familiar. Um lugar para ficar, para receber os amigos, para celebrar o Natal com as nossas famílias.
Viagens há muito esperadas. Acho que desde que estamos juntos o Victor fala em ir para Mendoza e Visconde de Mauá (sim, dimensões diferentes, mas desejos antigos). E que finalmente tiramos do papel! Em uma degustamos tantos vinhos, aproveitamos as vinícolas, vivemos dias lindos com muita comida e bons amigos; na outra, mergulhamos nas cachoeiras com o nosso doguie, aproveitamos o friozinho: dias de descanso para uma rotina apertada. Se você quiser as dicas de Mendoza, vale a leitura dessa edição dos Contos - e comentar se quiser saber de algo específico.
Celebração de um ano de casamento! Ok, isso valerá para todos os anos vindouros, mas foi lindo poder relembrar tudo o que aconteceu há um ano e como nesse (mais) ano junto tudo continua a só ficar melhor.
Clube do Livro. Engrenar de vez em um clube do livro foi muito especial e algo muito positivo do ano. Conheci mulheres incríveis, tivemos papos que fizeram meus olhos brilharem, que encontrei um espaço para falar e trocar sobre literatura, cultura e de tudo um pouco. Em retrospecto, acho que deu força para criar esse espaço da newsletter, um empurrãozinho que valia a pena jogar nesse mundão da internet o que tenho pensado.
Começar essa newsletter! Além de ser um projeto pessoal muito especial, algo que tinha vontade de fazer há algum tempo, escrever e compartilhar tem estreitado laços, amigas conversando sobre temas que nunca tínhamos abordado antes, família conversando e marcando de se encontrar. É louco pensar como esse projeto inocente tem realmente alcançado as pessoas e como isso rende papos tão bons. Tem sido uma grande e deliciosa surpresa. Obrigada a todos que dão bola para essa humilde news. Que venha 2024 com muito mais!
10 anos de amizade. Último mas não menos importante! Há 10 anos, um grupo de nove adolescentes viajava para Colômbia em um encontro de liderança pela escola (essa experiência dá pano para manga e poderia render 10 edições de newsletter, mas não entremos nisso hoje). E esse ano celebramos esse grande aniversário de amor, amizade, parceira e hermandad. Escolhidos quase que aleatoriamente por responsáveis do colégio, quem diria que estaríamos juntinhos ao longo desses 10 anos. Viver essa jornada com vocês é um prazer uma honra sem tamanho e cá está minha singela homenagem a esse amor todo. Arrupe es amor.
E por aí, como foi seu ano? Quais foram os momentos que te fazem olhar pra trás e celebrar?
E, sem mais delongas, fica comigo para ler algumas das minhas leituras mais marcantes e recomendações do ano!
2023 foi um ano que várias leituras ótimas, com livros de vários gêneros, indicação por newsletters, achadinhos aleatórios e muito clube do livro (eu sei, já tá ficando repetitivo, mas o que posso fazer?)
Chegando na meta de 35 livros no ano, os destaques de 2023 são livros bem distintos entre si, mas que marcaram muito o ano (sem ordem de preferência):
Poeta Chileno. Confesso que estava com medo desse livro, de ser metido a intelectual demais, arrastado demais, mas a narrativa é daquelas que te prende, você nem vê o tempo passar. A construção de cenário e de personagens é maravilhosa, dá vontade de entrar em um avião e ir pro Chile.
Os Despossuídos. Ficção científica da melhor espécie. Eu gosto do gênero e há quem há quem não curta, ok, mas isso daqui é obra prima da literatura em geral. Com o pano de fundo de uma relação interplanetária, Ursula fala de desigualdade, classes sociais, patriarcado e inocência. Depois dessa leitura, comprei vários livros dela que me aguardam.
Cara Paz. Foi o livro que iniciou a reflexão da primeira edição da news! Um livro sobre a relação entre duas irmãs e as memórias e efeitos da infância e adolescência na vida das pessoas. Uma narrativa linda, cheia de detalhes e uma evolução de consciência dos personagens que toca o leitor.
Amanhã, Amanhã e Ainda Outro Amanhã. Foi uma surpresa para mim. O contexto do livro é muito ligado ao videogame, coisa que nunca joguei, e eu amei! Apesar de um gamer poder ter uma identificação maior, o livro fala de relações, de crescer e virar um adulto e de escolhas. O livro acaba e você quer mais, quer que os personagens sejam felizes e se encontrem.
A Corneta. Aviso inicial aos tripulantes: é um livro surrealista. E o que isso significa? Antes de começar esse livro eu não sabia o que seria, mas em um comentário leigo: é doido. de verdade. E eu amei. Não funciona para todo mundo, mas me prendeu, eu entrei nessa loucura dessas mulheres que ficam à mercê do abandono pelas famílias e vivem em um mundo à parte.
Vale fazer as menções honrosas aos livros “Se Deus me chamar, não vou”, da Mariana Carrara e “O som do rugido da onça” da Micheliny Verunschk. Por acaso, ambos livros nacionais e de autoras mulheres - e, agora, ambas premiadas!
Como newsletter também é leitura, seguem algumas das minhas edições preferidas do ano. Confesso que foi muito difícil escolher, foram vários textos ótimos que fiquei com uma dúvida cruel, mas que as indicações sejam só porta de entrada para tudo que elas vêm publicando:
Eu não quero puxar você a ler da
: eu amei várias edições escritas peladesses últimos meses, mas esse foi o primeiro texto que li e que me levou a passar a acompanhar de pertinho tudo o que sai.as manifestações discretas dos traumas da
: eu assino a news da , sou fanzoca confessa, falo dela para todo mundo que encontro, e óbvio que é difícil decidir o que indicar. Mas estou escrevendo no aniversário do meu pai e achei essa discreta manifestação adequada. Dito isso, também leiam sem falta essa e essa.a Bahia me deu régua e compasso da
: tive o prazer e a sorte de encontrar a esse ano que veio em um pacote inusitado de amiga de uma grande amiga + clube do livro. Acho que foi para garantir que eu não perdesse essa oportunidade. A Vivi indica tudo o que há de bom por aí e com muito bom humor e bom gosto. Essa edição foi banho de mar por aqui - quer recomendação maior do que essa?Noites Azuis da
: ler textos de quem você conhecia na adolescência e não era amigo é um negócio meio esquisito, meio será que não é uma invasão de privacidade? claro que não é, mas parece. Fato é que a publicou essa edição que acho que tem como não se identificar.
E por esse ano é só! Fechamos o 2023 com uma retrospectiva recheada e um balanço da vida. Espero te ver por aqui em janeiro para um 2024 renovado!
Feliz Ano Novo!!!!
Também li e amei “Se Deus me chamar, não vou”, da Mariana Carrara e “O som do rugido da onça” da Micheliny Verunschk.
Meu favorito de 2023 foi Caderno de Memórias Coloniais da Isabela Figueiredo, de que também li Um cão no meio do caminho.
Fui na inauguração histórica da Livraria Janela na Gávea, emocionante! E lá voltei com Gisela pra comemorar a Salvo!!
Amei! Obrigada pela menção. E adoro te ter por aqui <3